Como nasce o amor....
Amélia Folques
Uma jovem dizia-me triste que tinha acabado com o namorado. Ele era amoroso, ele tinha tudo mas…
Acho que de namoro ainda tinha pouco, andaram cerca de 2 semanas.
Então o que houve, o que falhou para a relação não ter ido adiante questionei. Porque não era aquilo que ela queria. Enfim faltou o fogo-de-artifício, a música de fundo, brilhos, a harmonia celestial, faíscas.
Até a entendo pelo menos o primeiro amor tem que vir com isto tudo. Uma falta de ar, o coração aos pulos, borboletas dentro e fora de nós. Toda a paisagem é tomada pela dimensão da nossa paixão, não cabe espaço para mais nada. Um desassossego, um nervoso miudinho constante.
Porém o meu lado racional abanou-me e lembrou-me que as relações mesmo as amorosas podem se construir aos poucos, ganhando a confiança um do outro, amizade, apoio, corpo, estrutura.
Nem tudo começa num fulminante “flechazo”. Nem tudo vem com efeitos especiais e sonoros. Há relações amorosas bem sólidas que nascem não num cruzar de olhos nem num momento ou num dia e sim no dia-a-dia, dia após dia. Com calma, ponderação e determinação.
Mas quer venham de rompante ou de mansinho uma certeza terá que existir, o sentimento que nutrimos pelo outro tem algo especial e que vale a pena investir nessa relação.
O outro tem qualquer coisa que interessa descobrir, conhecer. O outro tem aquilo que nos enriquece, complementa, nos equilibra. Que os dois juntos somos melhores do que cada uma das partes.
Isto do amor não vem com receita, não tem lógica nem razão e nunca se sabe como pode começar.
Mas sei que assim como diz Antoine de Saint-Exupéry se houver o sentimento:
- Se tu vens às quatro da tarde. Desde as três eu começarei a ser feliz.
Só pode ser amor.
E é tão misterioso como a sua origem:
- Não lhe direi as razões que tens para me amar, pois elas não existem. A razão do amor é o amor.