Heróis do Mar, Estrelas e 50.
Amélia Folques
Ando confusa, desconcertada com as aberrações com que somos confrontados diariamente. Na nossa vida, directamente, indirectamente, por interacção com os outros, através da tv, rádio, redes sociais e outras. É o ataque á nossa posição social, se és classe média minimamente confortável é para abater, no trabalho os 50 anos tornaram-se numa idade maldita não és novo nem és velho bem estás ali num limbo, enfim és “mal amado” e completamente dispensável, só tens deveres não existe direitos neste Estado de direito. Pretende-se nivelar tudo por baixo, a maioria das pessoas até acha natural, não tem ambição nem pretensão a viver acima do “poucochinho”.
Que raio de lavagem ao cérebro esta gente sofreu?
Sujeitam-se basicamente a tudo, claro menos ao seu clube de futebol perder. Bem isso é que não.
Tudo o resto: comboios suprimidos, autocarros atrasados, parlamento ao insulto gratuito na maior degradação humana, políticos corruptos, impostos injustificados para o que recebemos de retorno, obras para “Inglês ver”, atropelos vários. Justiça, saúde e educação cada vez mais “distante” de nós, contratos laborais anuais, as regras sempre a serem alteradas conforme os interesses de alguma entidade, instabilidade no trabalho, reestruturações por tudo e por nada, aceita-se tudo com uma passividade assustadora.
Pergunto-me se esta gente é a mesma que se lançou ao mar numa casca de noz norteados pelos pontos cardeais e constelações de estrelas?
Este povo, o nosso povo não olha as estrelas à noite, não vê o céu de certeza, senão sonhariam com um amanhã melhor e o “poucochinho” não é nem nunca foi condição para se viver…