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Amelices e outros estados de alma

50 e´s ainda à procura do sentido da vida.

50 e´s ainda à procura do sentido da vida.

Amelices e outros estados de alma

21
Mai22

Aquilo que não me mata só me fortalece, mentira.


Amélia Folques

Aquilo que não me mata só me fortalece. Mentira, mentira, mentira. Qual Joacine ensandecida grito mentira.

Digam-me como um prato partido tem a mesma estrutura do que um prato intacto. Se um é o resultado de cacos partidos e colados e o outro mantém as suas qualidades invioladas.

Quantos acontecimentos nefastos podem acontecer connosco ou com aqueles que nos são queridos como embates de doenças, sofrimento físico ou psicológico, falências emocionais ou financeiras ou desgostos amorosos, desilusões, traições ou deslealdades de todo o tipo, saudades somos capazes de aguentar? E como tudo isto nos faz mais fortes?

Simplesmente não nos torna mais fortes. Só nos entristece, enfraquece, ensombra a nossa existência, amargura-nos e desacreditamos no mistério belo que é a vida. Quando mais inocentes nós formos mais crédulos e fortes seremos. Preciso dessa inocência para crer que tudo é ultrapassado e que amanhã o dia será leve e lindo, preciso dessa inocência para renascer com confiança e determinação para vencer as adversidades. Preciso da coragem que vem dessa inocência, coragem que vem de um coração não calejado, porque todos os actos de coragem são ordenados pelo coração e esse tem que se manter puro e crente. A candura para sermos amáveis, gentis e honrados para com os outros e connosco também.

Sempre que a vida me é “madrasta” após uma contenda, uma chicotada do vento do norte, um terramoto que nos tira o chão procuro em mim a menina que albergo. Pois só ela me pode restituir a fé, a alegria, a paz para prosseguir. Essa menina é o meu último reduto para sentir que esta vida faz sentido e merecemos vivê-la com todo o seu imenso esplendor. É a criança que há em nós que nos  fortalece, revigora e salva.

 

 

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10
Out21

Sal q.b.


Amélia Folques

Tenho visto ultimamente um crescente número de casais desavindos. Não sei se foi da dita pandemia, se é o peso dos anos, das rotinas estabelecidas e poucas perspectivas de um futuro mais leve, o que é certo é que as separações aumentam.

Ia eu no carro, é o único sítio onde oiço música tranquilamente e sai-me o Gary Moore ,Still Got The Blues. Fiquei retida na frase era tão fácil apaixonar-me novamente, e pensei que isso é tudo menos verdade. Talvez o maior erro de todos é assumirmos que esse sentimento é facilmente alcançável. Do que tenho vivenciado se em toda a vida esse sentimento acontecer mais do que duas vezes é um milagre. Tudo o resto a que chamamos paixão é uma imitação ténue daquele sentimento poderoso, avassalador, embriagador que é a verdadeira paixão. E todas as relações para serem duradouras e sustentáveis têm que o ter como base.

Não vale a pena iludir-nos que uma relação amorosa pode viver sem esse ingrediente fundamental, é como o sal para a comida, sem ele a comida é insonsa.

Se houver paixão há entrega, há força, esforço e vontade para que tudo resulte, há um compromisso não verbal, mas implícito entre as duas partes. É química, é intuição, é tacto, é pele é cheiro, enfim são todos os sentidos

Talvez seja o único sentimento em que estás disposto a ficares para último plano se isso for benéfico para o outro elemento. É um sentimento altruísta e egoísta ao mesmo tempo.

Como a genuína paixão é tão difícil de se alcançar e todos nós almejamos esse sentimento muitas vezes criamos relações com a ilusão que ele está lá. Não é por mal, é só mesmo por sonhar com uma relação idílica. A ilusão de estarmos a viver um grande romance, um grande amor.

Após os embates da vida, as exigências do dia-a-dia, os desafios e provas a que os casais estão sujeitos se não houver essa componente extraordinária tudo irá ruir. Ao contrário do sal na comida em que podemos rectificar com o prato na mesa, esse sentimento terá que surgir no início, não vem com o passar do tempo. Um erro irremediável.

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23
Mai20

Dia do Abraço


Amélia Folques

 

Não sou de efemérides, mas reconheço a importância de um abraço.

Um abraço pode ser dado para acalmar a dor, mostrar gratidão, um balsamo para a alma, expressar amizade, dar carinho, oferecer protecção, “matar” saudades, transmitir conforto, exprimir amor, revelar apoio, afirmar uma reconciliação ou suavizar uma despedida, selar promessas de amor eterno, manifestar felicidade.

É talvez a mais poderosa manifestação física que damos ou recebemos. Não há necessidade de palavras pois o gesto contém tudo. Basta abrir os braços acolher o outro neles e o sentimento que está subjacente flui.

Praticamos pouco o abraço infelizmente pois ele é terapêutico e expressivo e tão fácil de dar ou receber. Porque será que nos retraímos ou mesmo nos inibimos tanto a oferecê-lo ou a recebê-lo? Porque será que não acontece mais naturalmente? Vacilamos tanto com medo de estarmos a entrar na esfera do outro de forma abusiva, ou quando alguém nos dá ficamos hesitantes. Que estupidez.

Mesmo quando estamos mais vulneráveis e alguém nos quer dar um abraço nós por vezes em vez de aceitar esse amparo com generosidade rejeitamo-lo. Como se aceitássemos esse acto fossemos mais fracos.

Fui educada para não andar aos abraços e admito que foi um erro que dificilmente consigo ultrapassar. Permiti-me “sufocar” os meus filhos de abraços em bebes ou pequenitos, saudades dos abraços de boas vindas ou despedida dos meus pais e outros abraços. Mas fazem falta mais abraços entre amigos, irmãs, família por todas as razões, ou mesmo sem razão só porque sim. Simplesmente porque quero sentir que estou viva que tenho a capacidade de dar e quero expressar isso mesmo. Porque é importante manifestar o quanto todos que me rodeiam são importantes para mim.

Por tudo isto deem abraços com mais ou menos intensidade, com motivo ou sem justificação nenhuma. Sejam eles maternais, filiais, fraternais, de camaradagem, apaixonados, mais ostensivo ou castos, pecaminosos ou de pura amizade, de alegria ou tristeza, do que for, mas que nenhum abraço fique por dar.

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21
Mai20

Dia da Espiga


Amélia Folques

Hoje é o dia da Espiga de todos os bouquets de flores é o meu preferido.

Tudo na Espiga cheira a vida, a esperança e fé em dias prósperos com saúde e de paz.

Recorda-me dias felizes, dias despreocupados com promessas de alegria infinita e transporta-me à minha infância.

Tudo na Espiga me leva à minha Mãe foi com ela que aprendi o significado da Espiga.

A Espiga representa o desejo de que nunca falte o pão durante todo o ano, o ramo de oliveira que haja paz e luz e as flores que haja alegria. A papoila simboliza ainda amor e vida, o malmequer ouro e prata, e o alecrim saúde e força.


Esta tarde vou para o campo apanhá-la com uma amiga. Algo que não fazia desde menina.

Talvez porque este ano a minha necessidade de raízes, terra, e actos simbólicos esteja necessitada de um novo e forte sopro. Pois sinto que estive submersa nos últimos tempos num lugar bem estranho e bem escuso. Preciso ver a vida a acontecer, a terra a brotar, as cores da natureza, o ar fresco a correr.

O dia da Espiga era também o "dia da hora" e considerado "o dia mais santo do ano", um dia em que não se devia trabalhar. Era chamado o dia da hora porque havia uma hora, o meio-dia, em que tudo parava, "as águas dos ribeiros não correm, o leite não coalha, o pão não leveda e as folhas se cruzam", “no Dia da Ascensão nem os passarinhos bolem nos ninhos”. Era nessa hora que se colhiam as plantas para fazer o ramo da espiga e também se colhiam as ervas medicinais.

O ramo da Espiga é colocado geralmente atrás da porta de entrada de casa  mas também pode ser atrás da porta da cozinha ou na sala, por vezes junto de uma imagem religiosa, como se a casa ficasse com um escudo de protecção contra tudo que de mal nos possa assolar. Fica lá até ao ano seguinte, altura em que é substituído por um novo ramo.

Feliz dia da Espiga.

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04
Mai20

Flores à minha Mãe.


Amélia Folques

Ontem foi o dia da Mãe. Neste dia tenho como ritual ir ao cemitério colocar umas flores frescas na campa da minha Mãe.

Logo pela manhã fui ao cemitério. Havia um funcionário camarário que tinha instrucções para impedir o acesso a pessoas que não levassem máscara e luvas. Eu não ia equipada para essa restricção. Compreendo que as regras existam nestes tempos estranhos, mas com bom senso e coerência.

Num cemitério imenso onde numa manhã estão lá meia dúzia de almas saudosas e carentes daqueles que vão visitar para quê as luvas e a máscara? Dificilmente me cruzo com alguém incluindo o dito coveiro que me barrava a entrada. O senhor insistia que tinha ordens e até me mostrou o edital da Câmara de Cascais com a informação. Ele próprio não tinha luvas calçadas. Enquanto eu mostrava o meu desalento por tão estupida medida vi que no recinto do cemitério estava lá um cavalheiro a despejar lixo sem as prementes luvas e máscara interroguei o coveiro/segurança porque é que aquela pessoa podia estar lá dentro sem a protecção tão importante e eu tinha de a ter para atravessar aquele portão. O senhor respondeu-me que aquele era o Sr. João e vivia no cemitério. Então o Sr. João como só lidava com mortos não tinha o vírus dos vivos pensei eu para tal lógica.

Achei que era melhor não armar mais confusão pois é difícil argumentar perante tanta falta de nexo e fui a casa buscar os apetrechos do Corona para pôr em paz as flores à minha Mãe.

Voltei e fiz o que faço sempre, coloco flores, rezo e tiro uns minutos para “estar só com Ela”.

Estava a sair e já lá não estava o dito coveiro/ segurança que me tinha proibido a entrada, estava lá outro funcionário camarário sem luvas nem máscara e a barrar a entrada a quem não as tivesse. Aí a paciência escapou-me toda.

É certo que quem anda a fazer leis neste país não as pratica. É recorrente ver ministros e secretários em espaços fechados sem máscaras nem luvas porque nos exigem tudo e mais alguma coisa? E pelos vistos quem goza de poder nem que seja o poder mais baixo nas hierarquias o usam a seu bel-prazer.

Novamente achei que precisava de explicações e fiquei à espera do empregado que me tinha negado o acesso voltasse ao seu posto. Quando chegou disse-lhe que aquilo era uma afronta a um estado de direito, que era uma prepotência o que estavam a fazer, que eramos todos iguais, etc. Nesta minha palestra sobre direitos do Homem e democracia chega um senhor que ia à sepultura do pai colocar umas flores sem máscara nem luvas.

Mais um que era barrado, um homem grande e forte que simplesmente respondeu chame a polícia se quiser pois vocês não estão equipados conforme pedem e ouvi ontem a ministra da Saúde a dizer na televisão que só era obrigado a usá-las em espaços fechados que o dito edital era uma burrice da Câmara e entrou.

E eu pensei devia ter feito o mesmo logo à primeira, quem exige tem de dar o exemplo. Isto de não querer perturbar mais a pobre e frágil paz pública nestes tempos tão difíceis para todos não clarifica nada e dá azo a muita atitude ditatorial e repressiva sem lógica nem bom senso. Não nos sufoquem mais.

 Existe muita gente que quer ser mais papista que o Papa e até esse entende a importância de relembrar os mortos e honrá-los. E ontem eu só queria levar flores à minha Mãe.

 

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23
Abr20

O Grande livro da Laura Ashley


Amélia Folques

Hoje no Dia Mundial do Livro lembrei-me deste livro de decoração. Livro que me ajudou a criar um lar.

 Comprei-o em 91 pouco antes de casar e escrevi uma dedicatória no livro de mim para mim: desejei que tivesse sempre casas lindas para viver e que fosse sempre feliz nelas.

Desde sempre adorei dar prendas a mim mesma, adoro mimar-me.

Nesta época de ebooks continuo a ser do papel, do manusear, ler e poder revisitar um livro. Inclusivamente escrever nele, tomar notas ou acrescentar algo. Somente prescindo dos livros da Bimby por algo mais tecnológico agora tudo o resto tem que ser palpável e menos agressivo para a vista do que o uso de pc, ipads, telemóveis, etc.

O Grande livro de decoração da Laura Ashley é intemporal. O bom gosto "British" nunca falha, passado 30 anos o livro mantém-se actual. Com sugestões, soluções e dicas bastante úteis e bonitas.

Este estilo Inglês tradicional alia o clássico ao muito romântico sendo o resultado surpreendentemente moderno, acolhedor e suave. Tudo irrepreensivelmente elegante e muito convidativo. Resultam em casas felizes para serem vividas e desfrutadas.

Aprendi a misturar padrões sejam eles florais, quadrados e riscas ou mesmo círculos ou tendo temas de animais o importante é seguir uma paleta de cores coerente também a utilizar as diferentes texturas para criar diferentes ambientes. A importância dos quadros ou bibelots para transmitir a tua personalidade, dar a tua marca ao espaço e a sofisticação que se pretende. Como valorizar e destacar moveis antigos e os equilibrar num ambiente moderno. O uso das plantas de interior para suavizar e embelezar a casa. Compreendi que o importante está nos detalhes e pormenores e é isso que transforma um espaço numa casa. E a tua casa é o teu refúgio, o teu porto seguro onde te sentes aconchegada e querida enfim o teu lar.

Um livro inspirador que te ensina, motiva e dá ideias brilhantes.

Li hoje que a empresa Laura Ashley que existe desde 1953 foi vítima económica do infame coronavírus. Foi comprada pela Gordon Brothers, uma empresa gigante de investimentos. Fiquei triste pois neste mundo de tubarões ser peixe por mais exótico que sejas não sobrevives e és devorado. E o momento actual que vivemos está favorável aos grandes investidores.

Como escrevi naquela dedicatória só quero ter casas bonitas e ser feliz nelas, agradeço ao mundo Laura Ashley ter-me ajudado nesta missão.

Agora quero ajudar as pessoas a encontrar casas que transformem em lares para serem bem-afortunadas.

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16
Abr20

Sinais dos tempos


Amélia Folques

 

Estive no mundo das telecomunicações 30 anos. Entrei nesse terreno fértil logo que acabei o curso em pleno grande boom das telecomunicações, no enorme projecto da digitalização das centrais telefónicas em Portugal. A modernização da rede CTT e TLP estava a cargo da Siemens e da Alcatel, eu era colaboradora da Siemens.

Não posso dizer que tudo o que hoje nos socorremos para viver nestes dias estranhos e que nos apoiamos fortemente que são as tecnologias seja graças a estas duas grandes empresas porque já existia uma rede telefónica Nacional. Limitámo-nos a enriquecê-la, agilizá-la e modernizá-la.

Fui da Siemens para os CTT que foram TP que foi PT que passou a Meo e por fim Altice.

Nesses tempos entraram facilidades nos telefones fixos impensáveis para as pessoas: aviso de chamada em espera, voice-mail, identificação do número ou números confidenciais, facturação detalhada, lista telefónica, etc e etc. No meio de tanta sofisticação havia um modelo de telefones da Siemens que tinha um visor onde se podia ver o outro interveniente. Este telefone não teve aceitação nos nossos clientes talvez pela estranheza para a época de tal funcionalidade ou pelo valor do mesmo, na Alemanha também foi descontinuado. Suponho que na altura a videoconferência fosse simplesmente demais.

Seguiram-se os faxes, bips´s e telemóveis de "chumbo", depois vieram os modens com as suas luzinhas e apitos que nos ligavam à net. 

Aí surge a minha primeira experiência em teletrabalho. Recordo-me em noites de temporal na Madeira de pijama em casa ligar o modem estabelecer a ligação ou melhor desligar e ligar 100 vezes e depois aceder à central digital para ver os alarmes que havia para distribuir pelas diferentes equipas de prevenção. Era uma empresa que privilegiava sempre o serviço ao cliente. Geralmente eram problemas de transmissão ou de energias e as povoações ficavam isoladas.

Apareceram as salas de videoconferência. Cheguei a ser responsável operacional pela unidade do Funchal, eram umas salas sonorizadas e bastante sofisticadas que alugávamos aos clientes para fazerem reuniões com os seus parceiros de negócio noutros pontos do globo. O que se aproxima mais ao actual Zoom ou Hangout, mas saindo do conforto e descontracção do nosso lar e tudo feito com outro protocolo e rigor que o ambiente assim o exigia.

Com a tecnologia móvel tudo cresceu, os telemóveis foram evoluindo ficando cada vez mais robustos, aperfeiçoados e com funcionalidades inimagináveis. Dando-nos o que nem precisávamos até ao dia de hoje.

E entrou a fibra e tudo deu novo pulo. A rede ganhou outra fiabilidade, segurança e rapidez. Os computadores transbordavam aplicações, estávamos ligados por áudio e vídeo ou mesmo pela escrita era correio virtual e mensagens, jogos, programas para trabalho ou meramente recreativos, clouds, motores de busca, arquivos, informação de toda a espécie, etc. Mais uma vez foi-nos oferecido mais do que precisávamos e quantas vezes nos interrogamos para que serviria tanta parafernália tecnológica.

Até ao dia de hoje.

Quando estamos confinados à nossa casa e ela tem que ser o nosso lar e o nosso local de trabalho; ela tem que ser a sala de reuniões para reunir com o cliente; tem que ser o café para trocar impressões com os colegas de trabalho, amigos ou família; tem que ser o nosso ginásio; igreja; shopping; tem que ser a sala de aulas dos mais pequenos ou universitários; tem que ser o recreio da escola e tantas outras coisas mais que a vida nos desafia neste infame momento e nós com a nossa imensa capacidade de adaptação nos reinventamos.

Com todo o meu espanto constato que estive toda a minha vida profissional envolvida para preparar o país para este momento da História da Humanidade como colaboradora de uma empresa de telecomunicações.

Já não trabalho para a Altice agora faço algo completamente diferente, mas que me dá imenso gozo e prazer, sou consultora imobiliária. A palavra teletrabalho ganhou nova dimensão. Na minha nova actividade profissional só tenho que agradecer às empresas de telecomunicações que facultam a possibilidade de todos nós podermos continuar com a vida profissional; que possamos dar apoio e comunicar com a família, grupo de amigos e colegas de trabalho quer seja por voz ou via outra plataforma que forneça o serviço áudio e vídeo; que os mais novos possam continuar com o seu projecto pedagógico e educativo; poder fazer compras que de outra forma é impossivel; usufruir de aplicações de lazer ou outras que nos fazem aprender, crescer ou só mesmo entreter.

Agora vejo-me a falar com os meus clientes a propor reuniões via internet, a sugerir open houses virtuais ou visitas virtuais aos seus imóveis, a querer vídeos do interior do mesmo porque a situação assim o exige e convém colocar no link de promoção do imóvel toda a informação possível e mais alguma porque até há quem compre casa via internet. Algo que seria irreal no mercado Português.

Encontro-me associada a uma empresa americana e constato como eles já aproveitavam e exploravam todas as plataformas tecnológicas em proveito do negócio por isso se encontram num nível muito superior ao nosso, a vantagem é que se aprende imenso com eles. Nós somos mais da proximidade, do olhar directo, do “tacto”, da informalidade, estes comportamentos já estão a ser alterados por outros mais distantes e técnicos sendo igualmente funcionais e produtivos. Nada vai ficar como era dantes.

Só penso como seria este planeta se o diabo do Corona vírus tivesse aparecido há 30 anos. Se o país está quase parado aí teria afundado completamente e a palavra confinação ainda seria mais dura, mais pesada, mais pobre e mais só.

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31
Jan19

Mau ambiente


Amélia Folques

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Tenho a pasta do Ambiente fundamental para a saúde, desenvolvimento e qualidade de vida do país. Seja a saúde entendida a de todos nós,cidadãos, como a saúde do solo do ar e da água mais a imensa diversidade de seres vivos que comungam connosco o mesmo espaço que é o nosso território Nacional. Logicamente evitando contaminar tudo à nossa volta ou seja o planeta Terra.

O actual ministro do Ambiente que deve ter sido daqueles meninos que o azul era para os rapazes e brincou muito com os seus carrinhos e pouco às casinhas anda entretido a fazer ensaios e lançar previsões sobre o futuro dos carros eléctricos e os seus inúmeros benefícios para o ambiente. Tudo feito a partir da sua sensibilidade e preferência, sem pensar entre outras coisas na desgraça que iria ser para a indústria automóvel em Portugal se os ditos ensejos do ministro se cumprissem em tão curto espaço de tempo. Enfim lá anda ele todo feliz e catita a passear pelo país num carrinho eléctrico.

Só esta semana surgiram duas notícias onde o ministério do Ambiente é o protagonista fundamental e deveria comentar. Sendo uma a noticia que o Governo só cumpriu 9% do programa da Ferrovia 2020 e a segunda é o escândalo que se arrasta em Paio Pires.

Pelo bem do ambiente interrogo-me porque é que esta figura, o ministro não se preocupa a sério com os caminho-de-ferro nacionais, só a Bulgária é que tem uma rede ferroviária pior que a nossa. Li hoje que dos 20 projectos para melhorar os caminhos-de-ferro Portugueses apresentados em 2016 para realizar até 2020, há oito que já deveriam estar concluídos, mas dois nem sequer começaram e só seis estão em execução. Dos restantes 12, há 11 que já deveriam estar em obras. Mas nenhum começou e todos estão com anos de atraso. Sabe Sr. Ministro uma boa rede de linhas de ferro levaria muita gente a deixar os seus carrinhos poluentes ou hipoteticamente amigos do ambiente nas suas garagens. Isso é que era interessante de ser discutido e o povo agradecia.

Outra coisa que também deveria se preocupar e é escandalosamente irresponsável no seu ministério é a calamidade em Paio Pires, uma área bem delimitada do território Nacional onde habitam cerca de 15.000 Portugueses desde 2014 surge no ar pó branco ou preto. Apesar das queixas da população estas descargas para a atmosfera persistem, vejam que só no mês de Janeiro a associação ambientalista Zero fez notar que durante 13 dias o valor-limite de partículas inaláveis ultrapassou os níveis aceitáveis, segundo dados coligidos a partir do site na internet de divulgação de qualidade do ar da Agência Portuguesa do Ambiente (APA). Desde 2014 que suspeitam que é devido à Siderurgia Nacional que por ironia é Espanhola.

Não há penalizações nem responsabilizações. Alguém sabe no seu ministério o impacto nocivo deste pó na saúde púbica ou no ambiente ou qual a sua origem?

Eu sei que talvez como o seu colega Mário Lino que foi Ministro da Obras Públicas ache que a margem Sul é “um deserto”. Não se sinta mal pois o Sr. Primeiro-ministro sabia que havia um bairro problemático também lá para o dito “deserto” porque viu um filme de cinema “alternativo”. Esperemos que a malta de Paio Pires tenham todos um carrinho eléctrico para fugir ao seu leve Chernobyl e não poluírem ainda mais o ambiente. Digo Chernobyl porque o desastre ambiental e para a saúde dos habitantes geralmente surge não logo mas a posteriori. Acho também graça que não tem graça nenhuma à Câmara do Seixal que é da CDU, partido que adora embandeirar com os chavões do ambiente e da ecologia e dos direitos do povo e o resultado está à vista 15.000 pessoas a respirar ar contaminado pelo menos desde 2014. Certamente irão aparecer comités, comissões ou equipas de trabalho para estudar o impacto e o estrago, tudo sem responsabilizações nem ilações para memória futura. Como o povo diz para Inglês ver.

Vamos continuar a brincar. Tirar os carrinhos da caixa dos brinquedos e fazer Vrum vrum.

18
Jan19

Dia Internacional do Fetiche


Amélia Folques

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Hoje é o Dia Internacional do Fetiche. Fiquei a saber logo de manhã ouvindo a rádio. Para se identificar com esta efeméride então tem que usar algo roxo. Enfim existem dias para tudo, para sinalizar, celebrar ou mesmo festejar.

Fiquei a matutar nesta palavra que não sei se será um capricho, uma fantasia, um transtorno, um arrojo, uma audácia, uma muleta. Está visto que não sou muito de fetiches pois estive na net a estudar sobre este tema. Vi o celebérrimo 50 sombras de Grey e de tanto ler artigos soltos que por aqui navegam chego à conclusão que sou uma básica nesta matéria.

Falta-me o engraçar com o tema, acho detestável um homem mascarado seja lá do que for mesmo no Carnaval ou outros comportamentos mais raros ou bizarros.

Encontrei porém uma definição da palavra fetiche que para mim faz mais sentido. Um objecto enfeitiçado ou um comportamento, parte do corpo ou objecto que desperta excitação sexual.

E aí sim. Não existe nada mais carnal e estimulante que olhar para os lábios do objecto do teu desejo quando eles estão com um sorriso travesso e aberto ao trejeito do homem da Martini. Algo tão arrebatador, instigante e prometedor como a cumplicidade de um olhar. Lembrei-me de uma frase que li e subscrevo-a: Não há nada mais erótico do que uma boa conversa. Ou talvez não exista nada mais libidinoso que uma dança a dois bem compassada e suave.

Não querendo desfazer ou desprezar todo o universo que é composto o dito fetiche mas é nas coisas mais elementares e simples que está o dito feitiço para estimular a relação.

Sejam felizes como quiserem com ou sem acessórios mais ou menos sofisticados e celebrem bem esta data.

12
Dez18

Humanizar transações.


Amélia Folques

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Quem faz um estabelecimento comercial de grande ou de uma pequena superfície, uma loja de Shopping ou de comércio tradicional, um restaurante ou uma drogaria são os empregados, quem lá trabalha.

Esqueçam se o produto que vendem é bom ou mesmo excelente, acessível ou mesmo barato se os donos ou empregados forem desatentos, desagradáveis ou indiferentes o cliente não faz nenhuma questão em voltar a esse espaço.

Nos últimos dias tive algumas experiências incríveis nas minhas “compras”. Tudo devido não ao que adquiri mas sim ao tratamento que tive da parte dos empregados.

Descobri no FB a indicação que em Sesimbra havia uma loja com figuras de barro para o Presépio tradicional giríssimas. Fui atendida pelo dono da loja o Sr. Álvaro Bizarro, uma simpatia que explicou que o FB da loja é coisa da neta. Era também artesão e fazia Presépios, tem alguns guardados perto da loja. O senhor ao ver o meu prazer pelo que via levou-me para admirar aquelas obras de arte. Para o ano irei a esta loja comprar mais figuras. Encontrar numa loja alguém que sente e gosta do que faz é entusiasmante para o cliente que também tem o mesmo interesse. O tratamento personalizado e diferenciado é um luxo que hoje em dia é raro usufruirmos.

Meti na cabeça que este ano iria fazer um verdadeiro Presépio em escada estilo Madeirense. O meu problema era fazer a dita estrutura em escada. Não tenho jeito para bricolage, não tinha nenhum para levar como modelo. Por fim encontrei na internet um que se assemelhava ao que eu pretendia. Desloquei-me à loja com a foto do que queria. Como era sábado à tarde dirigi-me a um desses estabelecimentos que tem tudo para bricolage e construções. Entrei na grande superfície onde tudo é descaracterizado e depois de dar uma volta na loja pensei que estava tramada pois só via ripas e tábuas enormes, não havia nada já pré cortado que desse para fazer o que precisava. E eis que dei com um dos empregados, o Joaquim. O Joaquim deve-se ter enchido de paciência e ajudou-me na execução do dito Presépio, até sugeriu materiais mais baratos e medidas pois eu sabia o que queria mas não tão tinha toda a informação. Cortou, limou as minhas tabuas e no fim saí da loja encantada com a minha aquisição e acima de tudo por ter tido a ajuda preciosa do Joaquim. Certamente voltarei lá quando precisar de algo e espero encontrar aquele empregado tão disponível.

Estive no Porto e nas minhas voltas só tive registos positivos dos colaboradores e alguns donos dos espaços onde andei.

Em especial numa loja fantástica de candeeiros. Como andava à procura de um para a minha sala de estar pensei em tentar a sorte. Tive a assistência de uma funcionária muito simpática, a Cátia. Como não tinham MB trouxe o candeeiro da loja sem o ter pago, só fiz a transferência bancária para pagar o dito candeeiro após sair da loja. Em boa verdade podia nem ter pago, mas a Cátia, uma rapariga amorosa acreditou em mim, simplesmente único. Este tipo de relação entre cliente/funcionário de um espaço comercial cria uma proximidade, um ambiente de confiança que de certeza quando quiser outro candeeiro a minha primeira opção será ir ao Porto e comprar naquela loja em particular. Acho que faz parte da condição humana querer ser tratada como uma pessoa e não um número. Saber que não somos tratados como massa humana.

Assim se fidelizam clientes. Um negócio cria marca pela disponibilidade, simpatia, confiança, auxílio de quem nos atende. Esta máxima é transversal a todo e qualquer negócio desde a farmácia ao restaurante.

Por isso tantas vezes me questiono o valor de um bom empregado/colaborador. Um patrão que não valorize um bom funcionário tem meio caminho para o fim do seu negócio. Todo o empenho e esforço que um empregado coloque na sua relação com o cliente deveria ser motivo de louvor por parte do dono ou gestor do mesmo.

Este tipo de funcionários em termos de retorno monetário para o estabelecimento comercial são uma mais-valia. A sua iniciativa e ajuda são aptidões valiosíssimas para o negócio. Por isso quando oiço que a maioria dos patrões pagam o ordenado mínimo a um colaborador destes fico escandalizada.

Hoje fica aqui o meu reconhecimento a uma profissão quer seja o dono ou o empregado que é cansativa e exigente sobretudo nesta quadra que anda tudo frenético e nervoso. Ter que lidar com o público não deve ser nada fácil, tantas pessoas e todas diferentes, algumas exigentes por vezes impacientes e sempre atarefadas. Cada uma com o seu pedido que quer transformar em objecto e nesta época do ano mesmo em sonhos.

Em especial fico a pensar em alguns destes empregados sobretudo aqueles nas grandes superfícies que são meras personagens anónimas que ficam camuflados no meio dos artigos, das gentes e dos ruídos da loja, sem nome,  pagos a salários mínimos e sem reconhecimento.

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