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Amelices e outros estados de alma

50 e´s ainda à procura do sentido da vida.

50 e´s ainda à procura do sentido da vida.

Amelices e outros estados de alma

31
Mai17

Irritações e disrupções


Amélia Folques

Ando com esta palavra engasgada, disrupção.

É a palavra da moda, não há discurso nenhum de político, empresário, administrador, consultor, gestor, guru de qualquer treta, coach, mister ou mestre que não tente encaixar esta palavra a meio da mensagem que querem transmitir. Tenho a impressão que toda esta população pensa que a palavra tem o poder de um  Big Bang.

Se gosto da palavra ou do conceito que querem divulgar? Sinceramente não, chego mesmo a abominar. Até fui aos "livros" ver se me dissuadia desta minha total rejeição pela disrupção, esclarecia melhor o conceito por detrás da palavra. E nada, a palavra para mim continua a ser desconforto e arrogância.

Tenho que ser disruptiva porquê????  Sou uma pessoa de pontes, de elos, de alianças, de aliar o passado ao futuro. Negar e dizer que o que existe está todo errado e que agora é que é, vamos criar e construir o inimaginável é falso. A ideia de quebrar e criar de novo por si só é inútil. Retirar ilações do que já foi feito e fazer uma análise séria do mesmo é valor acrescentado a tudo o que se queira desenvolver. Só avançamos se não perdemos a informação que já detemos e utilizarmos o melhor dela. Gosto da evolução, do avanço, da transformação mas como etapas a ultrapassar e atingir e não a partir de um corte. Nunca podemos desprezar as sinergias entre os vários elementos, são fundamentais para o crescimento de algo.

Disruptivo é romper. Romper com o quê??? Com o passado?? Mas tudo é resultado do passado, tudo se aprende com ele. Tudo o resto é presunção.

Talvez a minha estranheza com a palavra venha da sua origem. O prefixo dis do Latim é separação, dispersão, negação, contrário, e do Grego é dificuldade, mau estado, desgraça, contrariedade, privação.

Ou talvez seja a fonética da palavra que me incomoda, ou mesmo a associação a outras como distúrbio, dislexia, distracção, dissecação, dispensar, dissabor, disritmia, etc.

Podem modernizar ou adaptar a palavra mas em bom português está conectada com algo negativo.

É um erro fazer desta palavra a chave num discurso para a mudança, a disrupção ser o conceito por detrás da evolução, da melhoria, do novo, do crescimento da criação. Por si só acho que são visões antagónicas no progresso, no projecto evolutivo de algo.

Ninguém defende que os processos, métodos anteriores sejam os mais correctos ou eficazes., por vezes bem errados e até viciados. Mas fazem parte do que é o agora. Deve-se utilizar palavras como o melhorar, transformar, audácia, ser criativo, superar para motivar o grupo, para o empenho da equipa é evolução, crescimento, estratégia, objectivos, foco, coesão, união. Não é ser fracturante, nem desfragmentando, e muito menos com a brutalidade da palavra rasgar, sinónimos de disruptivo que se vai criar um grupo sólido, com um propósito evolutivo de crescimento.

Sou a favor do inconformismo, da interrogação, do desmontar para analisar e ver os vários ângulos das “peças”, do confronto de ideias, da mudança e modernização, na audácia nas decisões, mas nunca tendo como base o caos resultante da disrupção. Temos que ter a humildade e a sabedoria de aceitar o que existe e a bagagem que contém contra a soberba e a falácia da disrupção e assim constrói-se um futuro sustentável. Existe um equilíbrio a manter.

O que retive quando li o livro "Quem mexeu no meu queijo” é que é importante traçar planos, fazer projectos mas o foco é estar atento, sensível às mudanças e termos a abertura para fazermos parte dela, estarmos preparados para mudar e adaptar aos desafios que se apresentam perante nós. Fundamental é estarmos presentes e sermos os protagonistas desta história. E com bem se sabe história é uma sequência de acontecimentos. A história tem um fio condutor que une o passado com o presente e o futuro.

30
Mai17

Uma campanha sem medo.


Amélia Folques

Como rezava a minha Mãe:

Menino Jesus descalçinho pelo chão mete o teu pézinho dentro do meu coração, dá saúde ao Papá, Mamã, avós, tios, primos, amigos e inimigos.

“louva a Deus com amor e não com terror” e “enfrenta o teu inimigo com a paz e não com a guerra”

 

 

 

24
Mai17

Fátima, Papa e os 3 pastorinhos


Amélia Folques

fATIMA1.jpg

 

Tinha que ir a Fátima pelo 13 de Maio. Porque era o centenário das aparições, a visita do Papa, era a canonização de 2 pastorinhos em território Nacional. Esta data estava repleta de simbolismo para uma frágil crente como eu.

Sempre tive especial carinho pelos 3 pastorinhos e real adoração a Nossa Senhora. O Papa Francisco diz-me muito pois diariamente tenta acordar o Mundo e a própria Igreja para as armadilhas, as falsas ilusões, as teias instaladas, as glórias enganadoras. Desmonta e enfraquece toda uma conduta viciada, errada na nossa sociedade, focando sempre no que é essencial e prioritário. Coloca o dedo na ferida, pede ajuda e sugere soluções.

Fui a Fátima porque queria ser só mais uma no meio daqueles milhares de fieis que lá o estavam para o receber e aclamar. Para lhe agradecer o que tem feito pela nossa Igreja. Para lhe dar o testemunho físico que estamos 100% com ele, para comungar com ele a nossa fé.

Não o poderíamos ter recebido em território mais envolvente neste País. Fátima é paz, é mistério, é oração, é recolhimento e partilha, é silêncio.

Foi esse silêncio que tanto impressionou o Papa e a mim também. Como é que é possível numa área imensa ocupada por milhares de pessoas acontecer momentos de completo silencio. Um silêncio tão eloquente.

Silêncios eloquentes que paradoxo e que realidade. Era aí que falava-mos com Deus e interiorizava-mos aqueles momentos únicos.

Outra coisa que me deixou perplexa é a quantidade de fiéis que vieram dos 4 cantos do Mundo, estavam registados em Fátima 53 países. Eram as orgulhosas bandeiras, a língua, a diversidade racial e cultural mas todos com o mesmo fim a canonização dos pastorinhos, dos nossos pastorinhos e a adoração a Nossa Senhora.

A quantidade de jovens Portugueses e estrangeiros que lá se encontravam com pura alegria também foi uma revelação.

Não sei se foi aparição, alucinação, visão não sei e não estou nem aí, chamem-lhe o que quiserem. Fátima para mim é fé, para mim e pelos vistos para milhares de pessoas Portuguesas e do Mundo inteiro.

Algo que me maravilhou foi a multidão de pessoas que lá estavam para testemunhar este acontecimento. No actual panorama Mundial este número de fieis juntos num evento religioso Católico é bastante significativo. Isto acontecer na Europa, numa Europa tão desestruturada, tão instável , frágil e vulnerável.

Num Mundo onde ser Católico é algo para não ser mencionado. É outro contrassenso porque o ser católico é algo tão natural com a cor dos nossos os olhos, faz parte do nosso Eu. Esta gente assim como eu veio cá para dizer sou católico, sou crente e existo e o Papa Francisco é o nosso Pastor.

23
Mai17

Madona, Nossa Senhora dos Milagres ou Anita no reino dos Liliputianos.


Amélia Folques

Para minha defesa alego ser fã da Madona. Não daquelas que arrancam os cabelos e que vão aos concertos e choram. Mas porque lhe reconheço mérito, trabalho, empenho e o esforço com que construiu a sua carreira. Devo-lhe momentos fantásticos da minha juventude a ouvi-la e dançar ao som das suas músicas. Não a subestimo nem a ridicularizo, acho que é uma grande mulher.

Agora esperar que ela seja uma Santa Milagreira e vá dar uma áurea de ouro a Lisboa e arredores, dando fama e glória infinita parece-me um exagero. Toda esta romaria que raia o assédio que é exercido sobre a Madona me incomoda. Toda esta loucura mediática mais o serviçalismo do Medina que se desloca ao Hotel Ritz para se encontrar com ela com a desculpa esfarrapada de dar as boas vindas roçam o provincialismo no seu pior. Lisboa ganha e muito é certo com as publicações da rainha do rock nas redes sociais. Ela consegue fazer mais pelo turismo de luxo que uma campanha que se promova com custos milionários. Mas chega Lisboa vende-se por si só. Já ganhou o seu espaço a nível mundial senão ela não estaria aqui. Esta obsessão de vender o nosso património imobiliário desesperadamente a estrangeiros indigna-me. O turismo em Portugal e Lisboa em particular não é só isto que ilustra as fotos e notícias da Madona, ainda há pouco tempo o Richard Gere esteve em Lisboa na Fundação Champalimaud para acompanhar alguém Americano que estava por cá a fazer um tratamento médico. Isto me parece muito mais prestigiante de ser publicitado e bem mais glorioso para Lisboa e tudo o que tem para oferecer. Tudo o mais que se fizer pela Madona arruína a nossa fama, a nossa postura, a nossa mais-valia, vive e deixa viver.

A comunicação social deve respeitar e deixar uma folga entre ela e o público. Todo este folhetim Madona fez isto, comeu aquilo, foi acoli e acolá só me lembra a saga da Anita. A verdade é que nenhuma menina tinha a vida da Anita. Deixem a Madona lá no reino dela que em boa verdade não é o dos 99.9% da população Portuguesa. Continuamos os mesmos com ou sem Madona, á excepção do dono do imóvel e do agente imobiliário que o vão vender. Evitem a próxima capa da Anita, Madona está no reino de Liliput. Não nos façam mais pequeninos com este deslumbramento e obsessão.

05
Mai17

Pensando no dia da Mãe e filhos sem mãe.


Amélia Folques

 

Encarei sempre a figura da Mãe como algo sagrado, sublime e intocável.

Sempre encontrei desculpas para todas as falhas das mães que encontrei nesta vida.

Ouvi queixas: a minha mãe isto, aquilo, etc e tal. E pensava o que há de errado com esta gente ???

Precisei chegar a esta idade e dizer que como existem maus filhos o mundo também tem muito más mães.

Existem mães estéreis, delas não sai nada, um carinho, um conforto, um mimo, uma palavra, um simples alento.

Interrogo-me como geraram vida pois são tão áridas, secas e egoístas.

Mães que destabilizam o equilíbrio emocional dos filhos. Mães que anulam as vontades e ambições dos filhos. Mães que destroem os sonhos. Mães que transformam tudo o que pode ser uma coisa boa, acontecimento positivo dos seus filhos em algo negativo. Mães que só criam drama e tragédia. Mães que não abraçam, não tocam, não amam.

Mães que não percebem que ao terem um filho deixaram de ser o centro do Mundo, que o seu papel é outro. É dar sem reservas, incondicionalmente, sem chantagens nem represálias. Em vez de serem uma concha, porto de abrigo para os seus funcionam como repelente para os filhos.

Conheço filhos de mães destas, muitos as desculpam até procuram defender as suas incapacidades de forma até bastante objectiva e aparentemente conexa. Relações que funcionam com papéis inversos. Foi esse o equilíbrio que desenvolveram para coexistir em família, para sobreviver nesta teia complexa que é o lar que nestes casos não passa de uma casa.

Pensando no dia da Mãe que se aproxima faço aqui um elogio a todos os filhos que se fizeram Homens e Mulheres e nunca souberam o doce que é ter uma verdadeira Mãe.

 

perola.JPG

 

02
Mai17

Divagações de uma automobilista- 2


Amélia Folques

Todos os dias faço a A5 e é recorrente no meu trajecto matinal passar um Ferrari branco a toda a força. Sou daquelas que vai sempre na faixa do meio, assim em velocidade cruzeiro e em modo piloto automático. Só dou pelo Ferrari quando já passou, sinto no meu carro aquela vibração provocada pela passagem daquela bela máquina, acordo naquele momento. Invariavelmente assisto alguns carros que me acompanham pela manhã de forma monótona e regular acelerarem e vão atrás do Ferrari fazendo um cortejo. O Ferrari é branco e só me lembro da noiva com as damas de honor, ou o andor de Nossa Senhora com os crentes atrás. Eu não faço parte dessa procissão o meu carro só ficaria ridículo atrás de um Ferrari.

Se fosse para fazer parte daquele séquito era a dona do Ferrari tenho o síndroma da noiva, da diva, da estrela, enfim tudo menos da Santa.

02
Mai17

Divagações de uma automobilista-1


Amélia Folques

Faço a A5 diariamente seguindo para a 2ª circular via Cril e vice-versa.

Todos os dias deixo passar à minha frente 1 ou mais carros na saída da A5 para a Cril ou no acesso à 2ª circular e no regresso a mesma coisa. E só quem faz isto diariamente sabe as bichas que estes acessos geram.

 Não me importo que aja automobilistas mais apressados ou distraídos que necessitem da nossa ajuda, até da nossa cortesia. Geralmente colaboro e facilito nessas situações.

O que me tira do sério e faz-me questionar a minha atitude é que dos 100% que ajudo só 25% se dignam a levantar o braço em sinal de agradecimento, os outros deduzo eu acham que estou ali para lhes reservar uma aberta, tirei aquele momento para aquilo, não tinha mais nada para fazer.

 Sabe, Sr. automobilista agradecer fica bem e eu aprecio.

É daquelas pequenas coisas que fazem a pequena diferença e ajuda-me a pensar que não sou estupida e sim uma pessoa com sentido cívico. E também a acreditar que você não se acha mais esperto que os demais e sim que teve a necessidade por qualquer motivo ou razão para passar à frente de vários carros, que estavam lá ordeiramente à espera da sua vez. Que não é de todo a sua postura diária passar à frente de todos, porque alguém que faz isso no trânsito faz isso em qualquer lugar, em qualquer situação. Não quero querer que exista tanta gente assim.

Agradeça e ajude-me a viver com esta ilusão …..

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