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Amelices e outros estados de alma

50 e´s ainda à procura do sentido da vida.

50 e´s ainda à procura do sentido da vida.

Amelices e outros estados de alma

30
Nov17

Eu sou o teu polícia.


Amélia Folques

riovaletelhas.jpg

Tenho horror a este tipo de iniciativas. Dar poder a um cidadão para denunciar, incriminar o outro. Neste caso porque o outro cidadão gasta demasiada água.

Ao ler o artigo “E se desperdiçar água fosse uma contraordenação? Juristas do Porto levam proposta ao Parlamento” deparei-me com o seguinte texto: “Se tenho um vizinho que não corta o mato perto de casa eu próprio posso denunciá-lo, ora se tenho um vizinho que não controla a gestão do consumo de água e deixa a mangueira a correr poderei fazer o mesmo”, pensei eu não seria mais razoável e humano falar com o vizinho. Se a cidadania fosse algo que não tivesse que passar pelo policiamento do outro e sim pela educação cívica. É doentio, lembra-me tempos de ditadura quando se punha um cidadão a denunciar, a vigiar o vizinho com as mais variadas desculpas de democracia do Estado, em defesa de uma Sociedade saudável.Este tipo de medidas cria déspotas.

O mais grave é que o principal desperdiçador de água em Portugal não é o consumidor anónimo, doméstico. Citando um artigo no Público sobre desperdício de água em Portugal “…no todo do país, é evidente o desperdício, com “mais de metade da água” a perder-se em roturas e infiltrações em 25 municípios, e com outros 29 municípios a revelarem perdas “entre 40 e 50%”…”. Chocante não é, mas vamos denunciar o vizinho porque tem um cão que ladra muito e ainda por cima dá banho ao mesmo ou tem um jardim lindo e rega-o, ou uma piscina extra-large e eu ali sem nada disto e tão poupadinha com os meus consumos de água.

Para quem não saiba o sector doméstico, é aquele que menos consome água, já que a pecuária e a agricultura gastam “70 a 80% do total deste recurso”. Suponho que toda indústria gaste bastante água, sobretudo a da celulose e não está referida nas deliberações deste advogado e do jurista do Porto que querem criar esta lei que potencia a vigilância aos cidadãos.

Mas vamos ao que é fácil, penalizar o vizinho, ou o triste que se entretém com a sua horta urbana, porque a informação dos gastos do consumo de água dos grandes produtores agrícolas certamente será barrada ao público. Isto de cultivar tomate e alface na cidade tem que ser alvo de controlo. Esta coisa de pôr uma máquina a lavar roupa ou louça durante o dia é muito mau, tem que se programar as máquinas lá para as 3 da manhã que é quando é mais ecológico e prejudicar o sossego dos vizinhos de madrugada. Pelo andar da carruagem tomar um banho relaxante de imersão pode ser motivo para uma denúncia.

Então vamos estar de olho no cidadão comum, como nós. Quem devia gerir este bem precioso, e não desperdiçar fica fora desta contraordenação. Mais do mesmo.

O grande safava-se, o grande empresário ou mesmo o que pertence á máquina do Estado. O pequeno fica sujeito à mesquinhez ou insensatez do vizinho. Que além de ter os defeitos já mencionados tem problemas de relacionamento pois não consegue ter uma atitude proactiva e adulta em defesa do meio ambiente e das relações humanas. Tem o síndroma do bom aluno a fazer queixinhas ao professor e só fica contente quando o outro levar umas valentes reguadas.

Só queria mesmo uma contraordenação para todas e quaisquer tentativas “pidescas”.

Não se esqueçam e nem subestimem a última palavra dos Lusíadas, inveja, o nosso inconsciente colectivo no seu pior.

rio.jpg

Nota: ambas as imagens são do rio Rabaçal em Trás-os-Montes onde no Verão já lá tomei belos banhos numa água limpa e onde se nada sem pé.

Esta última foto tirei em Outubro, O rio estava seco. Sou a favor de uma cultura, educação cívica e não de uma cultura de espionagem e denuncia. Este problema é de todos e é para ser tratado de uma forma séria.

De uma margem à outra sem molhar os pés. A seca levou a água do Rabaçal

 

 

28
Nov17

Pequenas imperfeições.


Amélia Folques

dent.jpg

 

Eu sou do tempo em que usar óculos, aparelhos nos dentes era caso para bulliyng forte e feio na escola. Embora na altura os miúdos referiam-se a isso com menos drama, diziam em casa tristes: os outros meninos não gostam de mim, gozam comigo. Eu nunca usei óculos nem aparelho nos dentes mas assisti a esta novela trágica das pequenas imperfeições e nas piadas sem piada que daí advinham. Por vezes crueldade pura, maldade gratuita.

A semana passada a minha filha mais nova foi colocar o aparelho nos dentes. Já andava há mais de um ano a perguntar quando ia pôr o dito aparelho. Pois o dentista dela já nos tinha alertado há 2 anos atrás que ela iria precisar. Desde o ano passado a minha filha andava com esta na cabeça e fartava-se de me perguntar quando lá íamos à consulta. Fazendo pressão para eu tratar desta questão com medo que eu descurasse a sua higiene dentária. Depois de Rx e moldes o dentista lá achou que estava na altura de colocar o dito aparelho. Dei-lhe a notícia que tínhamos que ir ao dentista colocar aquela geringonça, ficou feliz da vida. Aleluia, finalmente iria pôr aquela coisa na boca. Pensei menos mal esta geração não tem receio dos dentistas, até os acham o máximo.

Eu e a irmã mais velha lá fomos para dar apoio.Depois de colocar aqueles arames na boca, discutiram a cor dos elásticos para colocar nos arames. Azul foi a cor escolhida pois dá cor mas não é muito chamativa, aprendi algo sobre cores a usar na boca, sem ser os batons, claro. 

A minha filha ainda estava na cadeira do consultório já estava a tirar selfies para meu espanto. O que fazes, perguntei intrigada com aquele registo fotográfico. Ela respondeu-me estou a pôr as fotos no Instagram para os meus amigos da escola verem que já tenho um aparelho nos dentes. Não percebi tanta excitação por ter aquela tralha agarrada aos dentes, mas achei que não era o local para discutir isso.

No dia a seguir quando fui buscá-la à escola quis saber se estava tudo bem. Se tinha doído, se os colegas tinham reparado, a pensar num certo gozo da miudagem.

Resposta dela encantada. Não doeu muito e os colegas tinham gostado até lhe tinham dito que o aparelho com os elásticos azuis claros ficava lindamente com os olhos dela verdes.

Fez-se luz na minha cabeça, aquilo de usar um aparelho nos dentes é significado de atingirem um nível acima, dá estatuto, como um ritual para a pré-adolescência. Mais um degrau que se subiu nas escadas da vida. Um obstáculo a transpor no processo do crescimento.

 As nossas pequenas imperfeições com o tempo se transformaram em pequenas glórias para esta geração. Um aparelho nos dentes ajuda a ser mais popular, mais integrada, o sorriso fica mais fixe (tens é que escolher bem a cor dos elásticos), curiosidades dos tempos.

Algo que constatei feliz, nem tudo está perdido para esta criançada. Talvez estes miúdos tenham mais para serem felizes do que os da minha geração. Pegam nas pequenas imperfeições e as transformam em algo engraçado com piada e com beleza.

23
Nov17

A gratidão dedicada aos colegas/amigos de trabalho


Amélia Folques

gratidao.jpg

 

Tive um jantar com um grupo de colegas/amigos de trabalho, um prelúdio de jantar de Natal. Trabalhei com eles cerca de 5 anos e já me separei desta equipa faz mais de 2 anos. Mas continuo a manter uma relação com eles, nem que seja um almoço ou jantar 2 ou 3 vezes ao ano e algumas esporádicas chamadas de telefone. Sou-lhes imensamente grata pelo carinho com que sempre me trataram e pela amizade genuína, autentica que me dispensaram.

Vim parar a este grupo de colaboradores da “minha empresa” por mero acaso. Tinha vindo da Madeira e a companhia onde trabalho colocou-me nesta equipa. Era só assim um pouco do que fazia no meu trabalho anterior, mas percebi que havia muitas quintas e quintais plantados no Continente. Eu era uma planta forasteira nesta selva, houve quem se sentisse melindrado e apesar do discurso da mobilidade tão propagandeado, o resultado foi um logro. Não fiz ondas e aceitei o que me deram, e no meu melhor estilo pensei isto tem que melhorar.

Estava naquele momento a passar uma fase terrível na minha vida, tinha perdido a minha mãe, os meus filhos numa adolescência egoísta e turbulenta, a troika no seu esplendor. Era tudo tão cinzento, lúgubre, mesmo.

A sala onde trabalhava eram só homens, no início 8. Não me melindrei, estava habituada a trabalhar com homens. A diferença era que com quem já tinha trabalhado as relações tinham sido construídas ao longo do tempo que tinha exercido a minha função na organização, não era um elemento estranho á equipa. O que dizer, eles foram encantadores. Cada um com o seu jeito, a sua habilidade foram me conquistando. Fizeram de tudo ou quase de tudo para me sentir bem com eles, entre eles.

Comecei a ganhar especial carinho por aquele grupo,  pessoas tão diferentes entre si, com uma panóplia tão vasta de interesses, desde o clube de futebol, politica, motivações. Mas cada um me tocou de uma forma bem intima. Bem dentro de mim guardo todos aqueles cuidados que tiveram comigo. No início não tínhamos grandes conversas embora eu seja bastante extrovertida, reservava-me pois não sabia o que esperar deles. Mas acho que eles desde o início tiveram a sensibilidade para entender tudo o que estava a passar comigo quer em termos familiares e profissionais. Com calma me enquadraram no departamento onde estava, davam conselhos, ajudavam, com cautela e atenção, de leve. Depois, o tempo foi passando, foram se criando laços e quando dei por ela já falávamos de tudo, era o trabalho, os desafios, o chefe ou o sub-chefe, era a mulher, o pai ou os filhos, os netos, até a gata ou o cão, o hóquei ou o futebol, os zumbidos e as preocupações, as ervilhas com ovos escalfados os caracóis e a cervejas, sei lá, uma micro família. Já nos conhecíamos ao ponto de olhar e saber com que estado estávamos naquele dia, se estava tudo bem ou não, se algum problema atormentava, ou que alegria tínhamos sido bafejados. Foram cerca de 5 anos com eles onde o convívio era fácil e agradável de muita boa disposição, franca solidariedade e camaradagem e até de muito riso.

A “minha empresa” tem uma coisa fabulosa é que apesar dos desapontamentos, das frustrações que nos dá, somos brindados pela revelação  do que há de melhor nas pessoas e foi isso mesmo que eu tive ali naquele grupo. Fui presenteada pelo melhor dos meus queridos colegas/amigos.  Por isso sempre que há um almoço ou jantar até pode ser a meio da semana eu estou lá com eles.

Devo-lhes muito, até a minha sanidade mental naqueles tempos de profunda mudança na minha vida. Sou-lhes imensamente grata.

21
Nov17

Um enorme, imenso Uauuh.


Amélia Folques

AMELIE.jpg

Algum tempo atrás um jovem contou-me como tinha pedido a namorada em casamento. Tinha pensado em tudo, o local de sonho, uma ilha remota que a noiva queria visitar, o anel magnífico, o discurso, até o pôr-do-sol estava incluído.

Fiquei extasiada e só lhe disse que queria um homem desses na minha vida e ele respondeu-me que também ele queria alguém como ele.

Achei graça porque me identifiquei com o meu jovem amigo. Mesmo nós que gostamos de levar as coisas a um nível acima, nos esforçamos para que aja situações idílicas, sem margem para falhas ou erros. Mesmo nós queríamos alguém como nós de vez em quando, com o mesmo gosto em fazer acontecer, no empenho e preocupação nos detalhes, no trabalho, no amor colocado em cada pequena coisa, no prazer de agradar, de maravilhar.

Tenho a certeza que a maioria das pessoas não sente essa necessidade de exagerar, de querer que seja perfeito certos momentos, de sonhar com cenários mágicos. Eu tenho essa vontade imperativa em fazer acontecer e também quero que aconteça comigo.

Nesta vida precisamos por vezes de ser surpreendidos com algo bem grande, bem brilhante, cheio de pozinhos de perlimpimpim, fogo-de-artifício e música a condizer.

Algo que tire o fôlego, que se fique em estado de choque e só se possa dizer um enorme, imenso Uauuh!

Será assim tão difícil transformar os sonhos dos outros em realidades?

Amelie Poulain.jpg

 

14
Nov17

Como nasce o amor....


Amélia Folques

amoe_é1.jpg

Uma jovem dizia-me triste que tinha acabado com o namorado. Ele era amoroso, ele tinha tudo mas…

Acho que de namoro ainda tinha pouco, andaram cerca de 2 semanas.

Então o que houve, o que falhou para a relação não ter ido adiante questionei. Porque não era aquilo que ela queria. Enfim faltou o fogo-de-artifício, a música de fundo, brilhos, a harmonia celestial, faíscas.

Até a entendo pelo menos o primeiro amor tem que vir com isto tudo. Uma falta de ar, o coração aos pulos, borboletas dentro e fora de nós. Toda a paisagem é tomada pela dimensão da nossa paixão, não cabe espaço para mais nada. Um desassossego, um nervoso miudinho constante.

Porém o meu lado racional abanou-me e lembrou-me que as relações mesmo as amorosas podem se construir aos poucos, ganhando a confiança um do outro, amizade, apoio, corpo, estrutura.

Nem tudo começa num fulminante “flechazo”. Nem tudo vem com efeitos especiais e sonoros. Há relações amorosas bem sólidas que nascem não num cruzar de olhos nem num momento ou num dia e sim no dia-a-dia, dia após dia. Com calma, ponderação e determinação.

Mas quer venham de rompante ou de mansinho uma certeza terá que existir, o sentimento que nutrimos pelo outro tem algo especial e que vale a pena investir nessa relação.

O outro tem qualquer coisa que interessa descobrir, conhecer. O outro tem aquilo que nos enriquece, complementa, nos equilibra. Que os dois juntos somos melhores do que cada uma das partes.

Isto do amor não vem com receita, não tem lógica nem razão e nunca se sabe como pode começar.

Mas sei que assim como diz Antoine de Saint-Exupéry se houver o sentimento:

- Se tu vens às quatro da tarde. Desde as três eu começarei a ser feliz.

Só pode ser amor.

E é tão misterioso como a sua origem:

- Não lhe direi as razões que tens para me amar, pois elas não existem. A razão do amor é o amor.

13
Nov17

Marcelo aos olhos de uma menina de 11 anos.


Amélia Folques

marcelo.JPG

 

Ontem estava a ver televisão com a minha filha de 11 anos e passou esta noticia (ver link abaixo). Ao ver a reportagem onde o nosso Presidente prestava auxílio, ouvia e conversava com os sem-abrigo a minha filha questionou-me:

- Mãe nós nunca tivemos um Presidente assim, pois não?

E eu perguntei assim, mas assim como? Ela respondeu-me um Presidente que gosta das pessoa, preocupa-se com elas.

Com uma simplicidade e lógica infantil a minha filha disse tudo.

 

Marcelo com os sem-abrigo. Expresso.

Marcelo destaca importância da solidariedade institucional com Governo em causas comuns

 

Nem a propósito hoje é o dia Mundial da Bondade.

09
Nov17

Asas de Mãe


Amélia Folques

mae_asas.pg

Os nossos filhos são as nossas alegrias e as nossas derrotas. Eles são “nós” e neles existimos. É uma relação feita noutra dimensão nasce no momento da concepção e perdura eternamente, é como se o cordão umbilical nunca sofresse o corte. Encontram-se em nós cravados.

Nunca desistimos, amando, cuidando, protegendo, educando, criando, ensinando e insistindo, persistindo, estando com eles em todos os momentos. Por eles lutamos quando travam as suas lutas, ganhamos quando ganham e aceitamos derrotas quando perdem mas sempre os amando, dando coragem, alento e força. As suas dores, medos e fraquezas, assim como as alegrias e conquistas são as nossas. Tudo se vive através deles.

Temos que aparentar despreocupação, bravura e ligeireza estando nós por vezes tão perdidos. Quantas vezes houve que nos sentimos desprotegidos e demos protecção, inseguros e demos segurança, emprestando alegria e entusiasmo quando na realidade nos sentimos um trapo. Temos que ser sólidos quando nos apetece esfumar. Como se fossemos sábios e eternos numa luta constante de dar sentido, visão, conselhos, norte à vida esquecendo as nossas vulnerabilidades e escondendo as nossas fragilidades. Tentando ser modelos na crença absoluta que se educa através do exemplo. Colocando-os sempre em primeiro lugar, tantas vezes adiando a nossa vida.

Amar um filho é poderoso, fetal, irracional, incondicional, doloroso mas é o sentimento mais puro mais abnegado, altruísta, que se pode ter. É uma ligação que nasce do instinto, que não tem regras, que não conhece limitações. É o elo mais forte que se sobrepõe a todas as outras relações. É um vínculo indestrutível, nasce da necessidade de amar plenamente.

Talvez sagrado porque é algo divino.

Serei só eu ou é sempre assim?

 

Imagem: Alas de madre.

              Dario Castillejos. Cartonista Mexicano

               

 

08
Nov17

Twilight Zone ou Portugal bipolar


Amélia Folques

twilight_zone.jpg

Não sei se é uma acção concertada dos nossos governantes para nos levarem à loucura ou se é mesmo uma avalanche de coincidências que nos deixam estupefactos, siderados ou mesmo atónitos.

Temos parangonas para Inglês ver como Lisboa Capital da Tecnologia, Lisboa cosmopolita e na vanguarda, depois a miséria do costume. As dívidas, o Portugal real na chafurdice como os esgotos em Famalicão, os utentes dos públicos a desesperarem, os velórios interrompidos pela PSP devido à inexistente coordenação entre as diversas entidades. Ou mesmo o utente do SNS sem saber qual é a infecção que vai contrair após ida ao hospital.

Nesta semana as notícias dividem-se entre o país das maravilhas do Web Summit, onde os nossos “lideres” brilham e colocam-se em bicos de pés a exortar o fantástico de Portugal e acontecimentos como:

1. Hospital  Francisco Xavier, legionella 38 infectados, 2 vítimas mortais

2. "Água com sangue" jorra dos esgotos em Famalicão. Moradores chocados com o mau cheiro

3. Onde o respeito pelas vitímas criadas pelo nosso sistema de saúde não é garantido, nem depois de mortas. PSP recolhe corpos de vítimas de surto de legionella durante velórios

4. A dívida aos fornecedores do Serviço Nacional de Saúde (SNS) já é superior a mil milhões de euros

5. O metro de Lisboa mais uma vez com um desempenho deficiente no Web Summit. Deixando os utentes, o cidadão comum a exasperar.

6. Médicos de todo o país estão hoje em greve

   

 Interrogo-me será que estou a viver numa espécie de Twilight Zone, onde mundos distintos se cruzam por instantes, um sofisticado e evoluído outro atrasado e pobre.

 

PS- e ainda hoje é quarta-feira.

07
Nov17

As cores primárias do coração.


Amélia Folques

cartier.jpg

Diamante – quando é ingénuo e puro. Acredita no amor incondicional, invencível e eterno. A sua força dá-lhe luz, brilha com tanta intensidade que cega toda as intenções malévolas. Só se têm esta cor, essa transparência uma vez na vida. Após ser vandalizado, atraiçoado, desprezado e injustiçado o diamante perde a magia e o brilho.

É eternizado na forma de uma lágrima.

 

Safira – após perder o brilho, gela. É água salgada das lágrimas derramadas em estado sólido. É dor e drama, é sofrimento. É tristeza profunda, descrença e desilusão.

 É azul como o mar em dia de temporal, revolto e revoltado.

 

Esmeralda – é o ressurgimento da esperança no amor é o crescimento e a aceitação da vida com todas as ilusões e decepções. É o reflorescer da confiança perdida em nós é a calma e é a cura.

É a dignidade renascida.

 

Rubi – após cicatrizar é o mais maduro, a razão, é meu. O poder controlar a decepção e o desgosto. É o coração fortificado. É a conquista e o triunfo sobre o pesar, a mágoa e o ressentimento. A fé numa relação adulta, o respeito, a aceitação, equilíbrio, a tranquilidade, a paz e harmonia. É paixão pela vida é energia.

É vermelho para nunca nos esquecer que mal tratado pode sangrar.

 

02
Nov17

Dia de Todos-os-Santos e o Dia dos Finados


Amélia Folques

almas.jpg

Quando se nasce temos a companhia, o amparo, o amor de uma Mãe. Não se nasce só. Embora não nos lembremos desse momento sabemos que é acompanhado de amor, carinho aconchego, calor humano.

Porque será que quando se morre podemos estar sozinhos, no esquecimento, sem o afago de uma caricia na testa, uma mão para agarrar, um beijo de despedida, uma palavra para dar fé, paz ou conforto.

De tantas declarações e intenções dos direitos do Homem, o artigo “todo o Homem jamais deveria morrer só” deveria constar, ser mandatório.

Quando a minha mãe piorou esteve sempre acompanhada. Quando foi hospitalizada durante o dia tinha sempre a família, à noite o meu pai ficava com ela. Isso me dava paz pois sabia que nunca iria estar só.

O momento final deve ser tão aterrador, tão misterioso, enigmático que uma mão para apertar, um sorriso de alento, uma palavra de coragem para enfrentar o desconhecido deve ser tão reconfortante. Essa passagem para o incógnito certamente será intimidante, termos quem nos dê o auxílio para fazer essa ponte deve ser tão consolador.

Eu sei que é algo que não se pode prever ou controlar, nem quando nem como. Também sei que o momento pode ser traiçoeiro. Ideal seria que fosse acompanhado por um amigo, um familiar querido mas também pode ser um estranho, desconhecido. Passamos por tantos nesta vida, que se cruzam connosco, ajudam, tiram-nos um sorriso, um pensamento, uma ideia, dão-nos luz.

Lembrei-me dessas pessoas anónimas que passam na nossa vida aparentemente sem nenhuma razão e ajudam a que os nossos dias fiquem melhores.

O dia de Todos-os-Santos dedico-o a todos aqueles que incognitamente e desinteressadamente estão cá para nos amparar, auxiliar. Dedico a todos aqueles que nos socorrem e que gostam da nossa pessoa, que se preocupam e cuidam de nós sejam familiares ou amigos.

Pois somos todos tão humanos tão falíveis e tão sós.

A Todos-os-Santos que confiamos e recorremos em oração e a Todos os Santos que estão entre nós, que nos amparem e protejam sempre e nunca nos falhem.

 

 As Alminhas são de todos.

Pois quem é que lá não tem

um parente, ou um amigo,

um Bom Pai, ou Santa Mãe?

e eu acrescento  e um desconhecido que se tenha cruzado connosco.

 

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