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Amelices e outros estados de alma

50 e´s ainda à procura do sentido da vida.

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Amelices e outros estados de alma

06
Fev18

Assédio e assediadores.


Amélia Folques

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Não pretendia escrever sobre este assunto porque muito já foi dito, muito foi exacerbado, muito foi descontextualizado e desvirtuado, muito foi adulterado ou adaptado de acordo com as normas da sociedade que se pretende actual.
Chegámos á conclusão que todos nós já tivemos a nossa cota parte de “assédio” no trabalho, na escola, na sociedade, enfim em todo o lado.
Hoje vou contar uma história que presenciei, por incrível que seja não é de uma vítima de assédio mas de alguém que foi acusada de assediar. A pessoa agora considera hilariante, obviamente na altura não achou piada nenhuma.
Chefiava essa mulher uma equipa só de homens. Uma equipa funcional, harmoniosa, bem estruturada quer em qualidades humanas como tecnicamente. Um elemento dessa equipa ficou viúvo, o que foi um momento dramático. A Chefe tentou ajudar no que estava ao seu alcance para o Senhor reorganizar a sua vida, ajustar as exigências do trabalho á sua família pois tinha filhos pequenos.
Passado alguns meses deste triste acontecimento ela foi chamada á atenção, por outros responsáveis de departamento, porque o seu colaborador andava a frequentar com alguma regularidade departamentos ou salas onde a população era maioritariamente feminina. O que provocava uma certa destabilização a essas equipas pela sua insistente presença, perturbava o bom funcionamento dessas colaboradoras.

Ela achou melhor não dar muito ênfase a isto, deu-lhe o benefício da dúvida. O coitado passou o choque de ser viúvo e agora anda à procura de novo rumo à sua vida, tomou consciência que é solteiro pensou ela isto vai acalmar. Não lhe quis dizer directamente o que lhe foi dito e tentou arranjar uma solução para este problema diplomaticamente. 
Resolveu dar-lhe mais trabalho em sala de forma a minimizar as saídas dele da sala de trabalho e evitar os pretextos para andar a passarinhar nos outros departamentos. Quanto se ausentava por tempo excessivo  fazia-lhe notar que tinha demorado demasiado para ele ter a noção do tempo que esteve fora do local de trabalho em tarefas incertas, não quando saia para o café ou outra ausencia normal e natural. Bem andava a fazer de baby sitting a um adulto para evitar problemas de maior para a personagem, não fossem as queixas escalarem hierarquicamente.
Houve um dia que ao entrar no café/refeitório da empresa uma colega vem ter com ela, a colega estava manifestamente escandalizada porque tinha ouvido que o Sr. Xpto andava a dizer que ela o estava a assediar.
A responsável pelo departamento onde este senhor trabalhava ficou estupefacta, estarrecida mesmo. Um tipo que ela tinha-se preocupado, tinha tido algum cuidado, solidariedade, camaradagem, ela que tinha tentado “gerir” o seu desgoverno, desnorte com descrição e ele estava a lançar calúnias sobre ela, uma aberração. Não fez queixa aos recursos humanos nem foi falar ao director só pela simples razão que tinha pena daquele pobre diabo, era estupidez a mais.
 Simplesmente o chamou de idiota, um idiota chapado. Nem quis saber qual o tipo de assédio sexual ou moral que este infeliz se dizia alvo. Nunca mais teve confiança nele, desculpou ou perdou porque era mesmo um pobre de espirito. Ainda ficou algum tempo mais na equipa e depois foi para outro departamento, sinceramente com muito alivio dela. Alguém que fez isso podia fazer bem pior.
A empresa não era grande e toda a gente a conhecia por isso o estrago da sua minha imagem não sofreu abalo no local de trabalho. Quem não gostava dela deve ter adorado este fait divers, quem gostava ou só simplesmente a conhecia sabia que ela jamais iria “aprisionar” alguém na sala de trabalho para qualquer fim mais ou menos escuso, que toda aquela difamação era delirio dele.
Isto tudo para dizer que é fácil caluniar, adulterar a mensagem, desvirtuar sentimentos ou comportamentos. Se não tiveres um caminho íntegro, sem mácula, se não tiveres amigos, se onde estás inserido não te conhecerem ou acreditarem em ti estás desgraçado ficas atolado em lama rapidamente. São necessários demasiados requisitos para provar a tua inocência. Infelizmente é mais fácil ajuizar, pensar mal do outro que bem, podendo provocar danos irreparáveis. Fazemos isto com uma ligeireza e inconsciência assustadora. Vale bem a pena pensar nisto.

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