Momentos de ternura com o piolho.
Amélia Folques
Recebi um mail do colégio da minha filha mais nova.
O assunto: - Prevenção da proliferação de piolhos.
Tema este que me dá sempre grande ânimo e oferece a toda a família uma nova dinâmica, a tão familiar caça ao piolho. Momento único para criar laços, trocar mimos. A magia ao contemplar um filho a coçar a cabeça e sabemos que não é porque está a ter nenhum pensamento complexo ou profundo, ou estar a acontecer uma epifania.
A revelação: - mamã, tenho piolhos.
Lindo, eu só penso entre ter piolhos e uma negativa mil vezes a negativa. O fazer as camas de lavado de urgência logo após a descoberta e não interessa a que horas foi feita a aparição do simpático intruso. Troca de almofadas, lençois, pijamas, toalhas de banho tudo para lavar a 60º, ver o stock dos "quitosos" e afins.
Como mãe de 4 criaturas que servem de meio de transporte temporário a estes minúsculos alliens já lutei, interagi, guerreei e por fim rendo-me a estes alegres bichinhos. Eles são muito divertidos, brincamos às escondidas e eles saltam até voam, a loucura para os caçar.
Pensei elevá-los à honrosa categoria do nosso animal de estimação preferido lá de casa. Passam pelo menos 2 temporadas connosco. Estou dando inicio á primeira temporada deste ano após este mail escolar e depois voltaram maravilhosos no fim do ano escolar certamente.
A família diverte-se tremendamente com eles. Eu grito, vou-vos cortar o cabelo, as meninas choram e bradam e prometem que vão lavar com os shampoos todos que existem no mercado, os manos gozam. Ralho com eles pois já houve tempos que eles é que eram os fiéis compinchas dos pequenos camaradas. Lá volto à carga e ameaço se me aparece um que seja na minha cabeça vivo ou morto vocês estão tão ”feitas à desgraça”, esse cabelo de Ranpunzel vai ficar igual ao Peter-Pan e mais promessas e choradeira.
Assim vamos nós com os pequenos diabretes, amigos de longa data que nos proporcionam momentos familiares plenos de ternura.