Sou só uma espectadora ...
Amélia Folques
Por várias vezes tenho-me deparado, confrontado com os problemas mais ou menos graves de amigos, familiares enfim de todos aqueles que nos cruzamos nesta vida. E uma coisa é certa tenho dificuldade em lidar com a dor, os desgostos da vida dos outros.
Não que a não entenda ou a sinta, que não me afecte ou doa ver a preocupação ou a tristeza nos outros, mas simplesmente pela minha total impotência em poder aliviar, ajudar, ser de alguma forma útil, ter resposta para as dúvidas, em suavizar o sofrimento.
É tão desesperante a nossa incapacidade, é tão limitado o nosso raio de acção em sermos solidários e prestáveis. Somos tão insignificantes, mesmo desnecessários.
O meu desconforto, desalento só se iguala-la ao que me acontece quando assisto a um filme e estou tão envolvida na história, como se estivesse presente na trama e quero ajudar, intervir, mudar o enredo para alterar aquela realidade, para o drama não ser tão intenso e não posso, não tenho poderes para isso. Eu sou só uma mera espectadora.
Ser espectadora é tão redutor, tão inútil. Ser espectadora da vida real é tão frustrante.
Refugio-me sempre em pedir ajuda Divina. Alguém com poder Sagrado venha em socorro e dê a ajuda necessária, a confiança na vida, a cura, a tranquilidade e a paz tão precisas para ultrapassar essas fases mais turbulentas, mais difíceis. Pedir que tudo passe bem depressa e ter a certeza que como nos filmes que vai haver um final glorioso e bem feliz. Tudo vai correr bem.